Líder do governo no Congresso assume ministério da Agricultura


O presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), afirmou ao G1 no início da madrugada desta quinta (18) que a presidente Dilma Rousseff aceitou a indicação do deputado federal Mendes Ribeiro (PMDB-RS), atual líder do governo no Congresso, para ministro da Agricultura no lugar do também peemedebista Wagner Rossi, que pediu demissão nesta quarta (17).
Segundo Raupp, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) comunicou a decisão a um grupo de líderanças do partido que se reuniu na noite de quarta, após o anúncio da demissão de Rossi, para discutir o nome do substituto a ser oferecido à presidente. Ele disse que Mendes Ribeiro será oficialmente anunciado como ministro nesta quinta e tomará posse na segunda (22) ou na terça (23).
Raupp participou da reunião, no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente. Também estavam presentes ao encontro o líder do partido na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN) e o próprio Mendes Ribeiro.
Se Mendes Ribeiro se tornar ministro, a vaga que ele deixará na Câmara será ocupada pelo suplente Eliseu Padilha (PMDB-RS), ex-ministro dos Transportes. Segundo Raupp, Padilha, que teria divergências com o governo, vai se integrar à base aliada.
Antes da decisão da cúpula, o PMDB trabalhava, segundo Michel Temer, com quatro nomes para o Ministério da Agricultura. “O novo ministro terá de ser ficha limpa, como Rossi”, disse o vice.
Wagner Rossi pediu demissão após semanas consecutivas de denúncias de irregularidades na pasta que comandava. A mais recente, nesta terça, dava conta do uso pelo ministro de um jatinho de uma empresa do ramo agropecuário.
A carta de demissão foi publicada no site do ministério. No texto, Rossi agradeceu a "confiança" que recebeu da presidente Dilma Rousseff e classificou de "mentiras" as denúncias contra ele. Disse que teve familiares e amigos atacados. "Minha família é meu limite. Aos amigos tudo, menos a honra", afirmou.
O G1 apurou que antes de conversar com a presidente Dilma Rousseff, Wagner Rossi, filiado ao PMDB, informou pessoalmente o vice Temer da decisão. Depois, ele se reuniu com a presidente, por volta das 18h40, e entregou a carta de demissão.