Os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Corrupção ouvem nesta quinta-feira (13) o superintendente regional da Caixa Econômica Federal, Paulo Galli, a partir das 14h na Câmara Municipal. O banco é o responsável pelo financiamento dos imóveis comprados na planta, como no programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal. Os vereadores querem esclarecer se a Caixa tinha conhecimento das promessas feitas pelas construtoras de que os compradores teriam o financiamento garantido pelo banco.
Durante depoimento à CPI na terça-feira (11), o ex-diretor do Procon Campinas Anderson Gianetti disse que as construtoras podem ser penalizadas pelo uso indevido do nome da Caixa em propagandas. Ele afirmou que empreendimentos foram liberadas irregularmente na cidade, porque estavam em desacordo com a lei federal que institui o programa de moradia. As multas podem chegar à R$ 42 milhões.
A prefeitura paralisou até agora cinco obras por irregularidades por falta de infraestrutura que deveriam ser feitas pelas empresas, como mudanças no acesso viário e melhorias nos bairros. Os serviços, obrigatórias, somam pelo menos R$ 100 milhões, valor que dever ser custeado pelas construtoras.
Próximos depoimentos
Os integrantes da CPI tentam agendar os depoimentos de representantes da Goldfarb e da MRV, duas das construtoras com obras embargadas na cidade. Até terça-feira, no entanto, não conseguiram confirmar a presença deles no processo de investigação.
A CPI da Corrupção foi instaurada no início de setembro para analisar contratos públicos suspeitos de irregularidades com empresas como a Sanasa, o Instituto Cidade e a Emdec, além das denúncias das antenas irregulares e de empreendimentos imobiliários em Campinas. A comissão também pretende rastrear e devolver aos cofres públicos o dinheiro que teria sido desviado pela corrupção na cidade.
O prazo para a conclusão das investigações é de 90 dias, que pode ser prorrogado por mais 30. Fazem parte da comissão os vereadores Artur Orsi (PSDB), Miguel Arcanjo (PSC), Sebastião dos Santos (PMDB), Campos Filho (DEM), Élcio Batista (PSB), o Politizador (PMN) e Cidão Santos (PPS)