Protesto contra estupros em Barão Geraldo reúne 500 pessoas



Cerca de 500 pessoas, entre estudantes da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e moradores de Barão Geraldo em Campinas, bloquearam as principais vias de acesso à unversidade para protestar contra "onda" de estupros no distrito. Segundo os organizadores do movimento, a proposta é cobrar soluções das autoridades contra a violência sexual e pedir mais segurança no local.
O protesto iniciou por volta das 15h30 na rotatória em frente à entrada da Unicamp, na Avenida Romeu Tórtima. Com cartazes, faixas, apitos, rostos pintados e caminhão de som, os participantes caminharam cerca de 3km, passando pela Avenida 2 até o terminal de ônibus de Barão Geraldo, onde distribuíram panfletos.
Por conta da manifestação, o trânsito no local ficou lento, segundo a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), que colocou 25 agentes na região. No entanto, de acordo com a empresa as ruas não precisaram ser fechadas. Policiais do 7° DP também acompanharam a movimentação.
Outros grupos como o da "Marcha das Vadias em Campinas" participaram do ato. A manifestação foi divulgada pela rede social Facebook e, até a tarde desta quarta-feira (10), 6.299 pessoas haviam confirmado participação.
Manifestantes na entrada da Unicamp enviada pela internauta Adriana Elena de Souza (Vc é notícia)
Moradores denunciam
Em julho deste ano, moradores e estudantes de Barão Geraldo enviaram e-mails para a EPTVdizendo que uma onda de estupros assustava quem residia na região. Um muro foi pichado na Avenida Atílio Martini, próximo ao 7º Distrito Policial, com a frase “Você pode ser a próxima estuprada”.
O delegado responsável pelo DP, Tadeu Almeida, informou que a região tem algumas características, que contribuem para a ocorrência desse tipo de crime, como por exemplo, a concentração de estudantes que são de cidades menores e até de outros países, e assim não têm o hábito de tomar os mesmos cuidados de quem já mora em Campinas.
Investigação
A polícia investiga o caso e chegou a prender um suspeito, que apesar de não ter as características físicas descritas pelas vítimas, estava em um Uno vermelho roubado, veículo apontado como o usado pelo estuprador. O suspeito continua preso, já que era foragido da polícia e estava no carro roubado.
Estatísticas
Campinas registrou no primeiro semestre deste ano 122 estupros, segundo os dados divulgados no dia 25 de julho, pela Secretária de Estado de Segurança Pública de São Paulo (SSP). No primeiro trimestre foram 52 casos e no segundo, 70.
Cuidados
As recomendações, segundo Tadeu Almeida, são evitar sair sozinho em horários de menor movimento e não andar por locais isolados e ficar atento ao entrar e sair de casa. A Polícia Civil pede que qualquer ocorrência ou atitude suspeita seja comunicada para os distritos policias ou para a delegacia da mulher, que é quem investiga esse tipo de caso. A Polícia Militar informou que faz rondas na região e não foi informada sobre o aumento deste tipo de crime.
Orientação
Para as mulheres que sofreram violência sexual a recomendação é para que procurem, em até 72h, um atendimento médico no Caism (Centro de Atenção Integral à Mulher).Os homens, crianças e adolescentes devem procurar o Hospital Mario Gatti. Depois é preciso registrar um boletim de ocorrência e fazer o exame de corpo de delito no IML (Instituto de Medicina Legal).
O programa Rede Iluminar faz um acompanhamento das vítimas com orientação, prevenção da gravidez, DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e cuidados com a saúde física, mental e social.
Denúncia
Segundo a Polícia Militar, a segurança foi reforçada no distrito, com apoio dos Batalhões de Choque da Cidade de São Paulo. Para qualquer emergência a polícia orienta ligar para o telefone 190 e para fazer denúncias anônimas pelo telefone 181.