O governo de São Paulo pretende dobrar em menos de um ano a quantidade de leitos para tratamento de dependes de álcool. Atualmente, 200 vagas estão disponíveis no estado. O anúncio foi feito na manhã desta segunda-feira (1º) durante o lançamento do Plano de Combate ao Álcool na Infância e Adolescência.
“Nós pretendemos dobrar o número de leitos do próprio governo e contratar com a iniciativa privada, com entidades que tenham 'expertise' para tratamento de alcoolismo. A ideia é fazer ampliação grande de leitos para oferecer [tratamento] independente de idade”, afirmou o governador Geraldo Alckmin.
O foco do programa são os menores de 18 anos. Estatísticas apontam que, em muitos casos, a dependência começa ainda na infância. “Há casos de crianças com 13 anos já tomando bebida alcoólica”, disse o governador.
O plano prevê multas mais altas para estabelecimentos que vendam ou permitam o consumo de bebida alcoólica por crianças e adolescentes. A venda de bebida para menor de 18 anos já é proibida pela legislação federal. No entanto, além de multas mais severas, o novo plano prevê a possibilidade de cassação de registro do estabelecimento que não respeitar a nova determinação.
“Nós estamos na lei estadual encaminhada à Assembleia colocando valores mais altos nas multas e, no caso de reincidência, a possibilidade de cassação do registro da empresa no estado”, afirmou o governador.
A fiscalização será feita pelo Procon e pela Vigilância Sanitária, o mesmo grupo que fiscaliza a proibição do fumo em locais públicos fechados.
O governo vai empreender a capacitação de professores em 5 mil escolas do estado. “Os professores vão fazer esse trabalho de intermediação junto aos alunos e aos pais”, declarou Alckmin.
Segundo estimativas do governo, problemas relacionados ao álcool são responsáveis por 2 mil internações mensais, 50% dos acidentes de trânsito com vítima, 60% dos casos de violência doméstica e 50% das faltas no trabalho.