Advogados contestam data de reportagem sobre compra de voto


Os advogados de defesa do prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos (PDT), contestaram nesta quinta-feira (18) o porquê de os veículos de comunicação terem divulgado apenas na véspera da votação do impeachment reportagens sobre denúncias de uma suposta compra de votos. A defesa afirma que gravação foi entregue no dia 9, o que é negado pelo denunciante que fez as gravações e as apresentou no dia 15.
A denúncia envolve uma gravação telefônica entre o vereador Aurélio Cláudio (PDT) e o advogado Ricardo Marreti. O advogado foi o responsável pela gravação de afirmações suspeitas por parte do vereador, fazendo referência a uma suposta compra de votos de vereadores a favor do prefeito no processo de cassação aberto na Câmara. A informação foi divulgada na quarta-feira (17), no Jornal Regional
Os advogados acusaram a EPTV de não ter divulgado a denúncia de compra de votos assim que recebeu a gravação. "Eu pergunto a senhora [repórter da EPTV] porque é que sua empresa conservou nove dias na obscuridade esta gravação? Por quê? Eu estou afirmando sob a responsabilidade do meu grau para fins penais, para fins civis esta gravação foi feita no dia 9. Eu estou afirmando. Nós temos elementos testemunhais que demonstram que ela foi entregue no mesmo dia, no dia seguinte a empresa de comunicação.”, afirma o advogado José Roberto Batochio. Ele afirmou que vai processar a emissora por isso.
Diante da acusação, o advogado Ricardo Marreti que fez a gravação e confirmou quando entregou o material à imprensa, feita no dia 15. "Entreguei no Ministério Público, dei as minhas declarações e no final da tarde entreguei à EPTV", disse.
O Ministério Público confirma que recebeu a gravação só no dia 15. "O doutor Ricardo compareceu ao Gaeco no dia 15 de agosto, foi quando então ele formalizou a entrega da referida gravação", disse o promotor Ricardo Schede. O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) está analisando o material, para tentar identificar quem são os responsáveis pela referida compra de apoio e também quais são os vereadores efetivamente envolvidos.
Acusações
No início da tarde desta quinta-feira (18), os advogados de defesa do prefeito deram uma entrevista na Câmara e chegaram a acusar o presidente da Casa de ser responsável por uma manobra política para assumir a prefeitura.
Depois um dos advogados quis ler o requerimento pedindo a suspensão do julgamento e a apuração das denúncias de compra de voto e foi impedido pelo presidente da Casa.