As creches públicas de Campinas têm um déficit de pelo menos sete mil vagas e, sem opção, muitos pais tiveram que entrar com uma ação judicial para a prefeitura matricular as crianças, o que resultou em salas superlotadas, monitores estressados e falta de estrutura física para atender a demanda. Em análise feita pelo sindicato, que representa categoria, 80% das creches apresentam problemas como a falta de monitores.
Segundo uma análise feita pelo Sindicato dos Servidores, das 60 creches analisadas, 48 apresentam problemas como falta de monitores e desrespeitam determinação do Ministério da Educação. As normas estabelecem um número máximo de alunos por monitor, no agrupamento um, até dois anos de idade, são seis a oito crianças por adulto. No agrupamento dois, com crianças de até três anos, são 15 alunos por monitor e no agrupamento três, de quatro a cinco anos de idade, são 20 crianças por adulto.
Realidade que prejudica o desenvolvimento pedagógico e pode resultar em maus-tratos contra alunos. Além disso, algumas creches chegam a misturar crianças de idades diferentes. “Essas crianças ficam misturadas nas suas necessidades, nas suas realidades”, afirma a diretora do sindicato Rosana Medina.
O Conselho Tutelar, que antes encaminhava os pais à justiça, tem recebido respostas negativas das creches. “Não cabe a unidade educacional solucionar esse problema e sim a secretaria de Educação, que tem que criar mais vagas e mais unidades”, disse o conselheiro Fábio Rizza.
Segundo a secretaria de Educação existe um planejamento para aumentar as vagas nas creches em 2012 e sobre a falta de funcionários está previsto um concurso para contratar professores e monitores.
