Rebeldes ainda buscam Kadhafi


Os rebeldes líbios, que conquistaram na sexta-feira (27) a principal passagem de fronteira com a Tunísia, continuam avançando neste sábado (28) contra o regime de Muamar Kadhafi.
Combates esporádicos são registrados na frente oriental e em Trípoli. Um comboio com seis carros blindados que poderia transportar altos dirigentes líbios, incluindo o coronel Muammar Kadhafi, passou na sexta-feira (26) pela fronteira entre Líbia e Argélia, informou a agência oficial egípcia Mena, citando uma fonte militar líbia rebelde.
 

"Seis Mercedes blindados passaram na manhã desta sexta-feira pela cidade de Ghadames", revelou a agência, que cita um conselheiro militar líbio desta localidade situada na fronteira com a Argélia. O comboio foi escoltado até sua entrada na Argélia pelo chefe de uma brigada, explicou o militar rebelde, acrescentando que não pode atacá-lo por falta de munição. "Pensamos que transportavam altos dirigentes líbios, possivelmente Kadhafi e seus filhos".
Kadhafi está desaparecido desde a entrada dos rebeldes em Trípoli, no final de semana passado. Uma fonte do governo argelino, no entanto, considerou pouco provável a entrada de Kadhafi no país. A Argélia afirma que mantém uma "estrita neutralidade" e se nega a interferir nos assuntos internos do país vizinho.
Argel não reconheceu o Conselho Nacional de Transição (CNT), órgão político da rebelião. Na região oeste da Líbia, os rebeldes assumiram o controle de Ras Jdir, área de fronteira com a Tunísia, e hastearam a bandeira da rebelião. Na frente oriental, a Otan informou neste sábado que continua bombardeando Sirte, cidade natal de Kadhafi, e afirmou ter destruído, entre outros equipamentos, 11 veículos com armas e um blindado.
De acordo com um colaborador da AFP, na frente oriental, os combatentes leais a Kadhafi resistem em Ben Yawad, 140 km ao leste de Sirte. Também eram registrados confrontos em Ras Lanuf, 20 quilômetros mais ao leste.
Em um clima ainda tenso, a ONU, a União Africana (UA), a Liga Árabe e a União Europeia (UE) pediram a todas as partes no conflito que evitem represálias, anunciou Catherine Ashton, chefe da diplomacia da UE.