Michel Oliveira Andrade, de 20 anos, ex-funcionário do lava-rápido onde o comerciante José Antônio Gimenez, de 68 anos, foi morto a golpes de marreta na madrugada da última segunda-feira (29), confessou ser o autor do crime na tarde desta terça-feira (30). Ele também participou na data da reconstituição do assassinato no local, no Centro de Piracicaba. Familiares revoltados tentaram linchar o acusado e deram socos na viatura que o transportou para a cadeia após o fim da cena.
O acusado disse ao delegado da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), João Batista Vieira de Camargo, que foi até a casa de Gimenez para cobrar uma dívida de R$ 50 de um serviço que ele teria prestado para a vítima. Segundo a versão de Andrade, o comerciante se negou a pagar e, como ele ficou irritado, desferiu cinco golpes de marreta contra o idoso.
“Ele alegou que Gimenez era mal pagador e disse que foi humilhado quando o cobrou. Depois de matar, ele confessou ter levado R$ 90 do bolso da vítima”, explicou o delegado. Diante da confissão, o crime passa a ser lavrado na polícia como latrocínio (roubo seguido de morte).
A prisão temporária de Andrade foi solicitada pela manhã por Camargo e só foi aceita pela Justiça de Piracicaba durante o processo de reconstituição. O acusado vai permanecer preso por pelo menos 30 dias até que o inquérito seja concluído.
Reconstituição
A reconstituição do crime teve início pouco antes das 16h, quando uma equipe de peritos do Instituto de Criminalística (IC) e duas viaturas da Polícia Civil chegaram ao lava-rápido, onde também vivia a vítima. Andrade desceu de uma das viaturas escoltado por policiais.
A reconstituição do crime teve início pouco antes das 16h, quando uma equipe de peritos do Instituto de Criminalística (IC) e duas viaturas da Polícia Civil chegaram ao lava-rápido, onde também vivia a vítima. Andrade desceu de uma das viaturas escoltado por policiais.
Ele reproduziu os movimentos desde o momento em que chegou ao local até quando pegou a arma utilizada no crime dentro de uma caixa de ferramentas da própria vítima. Segundo a polícia, depois de matar e pegar o dinheiro no bolso de Gimenez, por volta das 21h, o acusado saiu e, um pouco mais tarde, às 23h, voltou ao lava-rápido para certificar se o aposentado havia morrido.
Quando chegou ao local, entretanto, havia movimentação e o acusado desistiu de entrar novamente na casa. O delegado contou que as imagens cedidas por uma vizinha que reside ao lado do lava-rápido, e que possui uma câmera externa, mostram os dois momentos: quando Andrade passa pelo local antes e depois de cometer o crime.
Concluída a reconstituição do assassinato, as duas filhas e um neto da vítima, que acompanharam do lado de fora da casa o processo, gritaram, xingaram e esmurraram a viatura na saída do local. Uma das filhas revelou ao EP Piracicaba que o rapaz era tido como "de confiança" pelo pai e que frequentava a casa de Andrade. “Ele participou de um churrasco no domingo. Bebeu cerveja com o pessoal”, disse ela, que não quis se identificar.